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HISTÓRIA

100 anos da criação do Grupo Escolar de Cordeiro, atual Escola Municipal Coronel José Levy”

HISTÓRIA
HISTÓRIA (Foto: Reprodução)

A origem de todas as escolas primárias de nossa cidade é o abaixo-assinado, datado de 29 de janeiro de 1887, onde se solicita a criação de uma “escola de primeiras letras” na povoação chamada de “Capela de Santo Antonio dos Cordeiros”. A edição de 17 de fevereiro de 1887 do “Correio Paulistano” registrou a apresentação, pelo deputado Aquilino do Amaral, de representação dos moradores de Cordeiros visando a criação de uma escola masculina, o que foi conseguido com a edição da Lei nº 4, de 6 de fevereiro de 1889. O mesmo jornal, em edição de 29 de julho de 1890, registrou o pedido de licença do professor Luiz Guilherme Savoy, do cargo que ocupava de “professor público” do bairro dos Cordeiros, município de Limeira. Com isso, a escola vaga a partir da licença de seu titular foi transformada em mista, pelo Decreto nº 100, de 4 de dezembro de 1890. A edição do dia 4 de janeiro de 1891 registrou abertura de concurso para provimento das cadeiras vagas em todo o Estado, consignando a “escola mixta” de Cordeiro para ser ocupada por uma professora. Em 8 de abril do mesmo ano, foi publicada a nomeação da professora Adelina Isabel de Almeida para esta classe. Cinco anos depois, o governo do Estado resolve criar duas escolas, uma masculina e outra feminina. Pelo art. 5º da Lei nº 373, de 3 de setembro de 1895, a escola mista existente foi extinta. Em 1899, através da Lei nº 613, de 26 de maio, a segunda escola masculina de Cordeiro foi transformada em feminina. Somente em 1911 foram criadas duas outras escolas, para os sexos masculino e feminino. O jornal “O Estado de São Paulo” de 19 de janeiro de 1912 destacou, por seu correspondente, que se achavam sem professor, “todas as escolas do sexo masculino” do distrito de Cordeiro, destacando a escola particular mantida pela professora Emilia Reginato, cuja foto de seus alunos foi divulgada há alguns anos. As escolas reunidas de Cordeiro, que funcionaram em um prédio alugado durante muito tempo, foram inauguradas, neste prédio, em 13 de junho de 1919. Assim falaram sobre o fato os dois jornais cujos exemplares foram disponibilizados na internet: O Correio Paulistano, órgão oficial do Partido Republicano Paulista, estampou na sua edição deste dia: 

 

“Inauguram-se hoje solenemente, as escolas reunidas de Cordeiro. Para assistir ao ato, seguem hoje para a referida localidade, em carro reservado ligado ao trem das 7 horas, o srs. Dr. Altino Arantes, presidente do Estado, acompanhado de seus ajudante de ordens, capitão Herculano de Carvalho e Silva; dr. Oscar Rodrigues Alves, secretário do interior e outras pessoas gradas. Após a cerimônia, o Sr. Presidente Altino Arantes e sua comitiva seguem para Limeira, onde lhes será oferecido um almoço. A volta para S. Paulo dar-se-á em trem especial, que deixará Limeira às 17 horas, aqui chegando às 21 horas.” 

 

Já o Estadão noticiou o fato somente no dia seguinte:

 

“Afim de assistir à inauguração das escolas reunidas em Cordeiros, partiu ontem para aquela localidade, em carro especial, ligado ao comboio das 7 horas, o Sr. Dr. Altino Arantes, presidente do Estado, em companhia do Sr. Secretário do Interior e de outras pessoas. Depois da inauguração, S. Exa. e sua comitiva dirigiram-se à fazenda Ibicaba, onde almoçaram, seguindo dali para Limeira. Os excursionistas regressaram a esta capital às 21 horas, em trem especial.” Mais uma vez, somente após alguns anos o Estado cria algumas classes. Pela Lei nº 1724, de 30 de dezembro de 1919, foram criadas duas escolas, uma masculina e feminina, chamadas de “distritais”. O Diário Oficial do Estado, já em 1913, ressaltou o encaminhamento de um projeto para a construção do edifício próprio das “Escolas Reunidas de Cordeiro”. Em 13 de abril deste ano, o correspondente do Correio Paulistano indicava, dentre outras notícias, que: “Consta, com bons fundamentos, que os srs. Capitão Joaquim Manoel Pereira, coronel José Levy e outros, vão fazer doação à Câmara Municipal de Limeira, de um terreno nesta vila, afim de esta a doar ao governo do Estado, para se nele edificado o prédio destinado às escolas reunidas desta vila. 

 

Os habitantes deste distrito contam com todos estes melhoramentos, os quais devemos ao diretório republicano de Limeira, e aos referidos srs. Capitão Joaquim Manoel Pereira, coronel José Levy e major José Levy Sobrinho, que não poupam esforços pelo progresso desta localidade.” O Estado de São Paulo de 13 de novembro de 1913, dentre outros tópicos na coluna de Limeira, destacou que “o major José Levy Sobrinho, prefeito municipal, já está de posse da planta do edifício das escolas reunidas de Cordeiro, a ser construído brevemente”.  Em 10 de junho de 1914, por doação dos senhores Coronel José Levy, Capitão Joaquim Manoel Pereira, Capitão Simão Levy e Anna Levy, Domingos Manoel Pereira e Antonia Pereira, a Prefeitura de Limeira recebeu uma área de 40 metros de frente para a Rua Visconde do Rio Branco, com 44 metros de fundos, doando posteriormente ao Governo do Estado para a construção do prédio.  Entre  1917  a  1921,  o  orçamento  do  Estado  consignou verbas  para a construção ou adaptação de um edifício para as Escolas Reunidas de Cordeiro. O § 9º do artigo 4º da Lei nº. 1636, de 31 de dezembro de 1918, que fixava o orçamento do Estado para 1919 destinou verba “Para concluir as obras das escolas do districto de Cordeiro, município de Limeira”. Na atual situação das pesquisas, encontramos somente duas referências a obras que teriam sido feitas neste sentido: em 18 de janeiro de 1922, o Governo do Estado anuncia o pagamento de despesas “ao Sr. Antonio Ferreira pela entrega provisória das obras de acréscimos e conclusão das escolas reunidas de Cordeiro”.  No ano seguinte, em 16 de fevereiro de 1923, estava sendo aberta uma concorrência para a conclusão das obras de construção do edifício destinado às escolas reunidas de Cordeiro. No Diário Oficial de 24 de janeiro de 1925, consta a publicação de um decreto convertendo em Grupo Escolar as Escolas Reunidas de Cordeiro, que se compunham de: 1ª e 2ª masculinas, 1ª, 2ª e 3ª femininas, e uma mista. Parabéns aos alunos e professores desta escola pelo seu centenário! (Texto de autoria de Paulo Cesar Tamiazo, historiador há 30 anos publicando sobre o passado de Cordeirópolis).

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